O empenho e o carinho representam o primeiro passo para a inclusão de uma pessoa diferente que veio ao mundo. Sem apoio doméstico não há auto-estima, e sem auto-estima os obstáculos podem parecer insuperáveis.
"Tive duas gêmeas univitelinas, Natalie e Juliana, em 1979", conta a professora Liliana Dias Pastore. "Eu percebia que elas eram diferentes, mas o pediatra insistia que isso
era cisma de mãe. Após 8 meses, quando as diferenças eram gritantes, um outro médico nos explicou que Natalie sofria de paralisia cerebral resultante de anoxia (falta de oxigenação do cérebro) durante o parto. A partir daí começou uma procissão de neurologistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e tudo o que requer uma criança com graves problemas neurológicos.
Aos 7 anos, após uma longa temporada no Instituto de Reabilitação do Sesi, matriculamos Natalie em uma escola especial particular, caríssima. Nos três anos em que ela estudou lá, meu marido e eu não notamos nenhuma evolução, e sabíamos que Natalie podia render muito mais. Afinal, era uma menina comunicativa, expansiva e alegre. Mas a escola não a estimulava em nada: só fazia brincadeiras com cubos, massinhas, joguinhos, igual a uma pré-escola. Enquanto isso, começamos a alfabetizá-la em casa, utilizando um jogo chamado Top Letras. Depois desses anos inúteis e caros, resolvemos procurar outra alternativa. E ela apareceu em uma escola pública, a Escola Especial Rodrigues Alves, conveniada com a AACD. Natalie desabrochou: aprendeu a ler ultra-rápido e a fazer contas. Aos 14 anos, ela foi para uma escola (também conveniada com a AACD) mais perto de casa: era a E. E. Prof. Victor Oliva, que possui 353 alunos, sendo 40 portadores das mais diversas deficiências físicas e mentais. Ali Natalie ficou quatro anos, concluiu a 4a série e fez amigos para a vida toda — professores e alunos.
Nada disso seria possível sem o envolvimento de toda nossa família. Natalie adora sair com a irmã e os amigos, vai ao cinema, ao shopping e às festas. Ela é muito querida por todos. E ninguém tem peninha dela não: já ficou até de castigo por fazer coisa errada, porque achamos que ela é uma de nós. Hoje Natalie está fazendo a 5a série à distância no Instituto Universal Brasileiro, usa computador e quer ser jornalista."
"Tive duas gêmeas univitelinas, Natalie e Juliana, em 1979", conta a professora Liliana Dias Pastore. "Eu percebia que elas eram diferentes, mas o pediatra insistia que isso
era cisma de mãe. Após 8 meses, quando as diferenças eram gritantes, um outro médico nos explicou que Natalie sofria de paralisia cerebral resultante de anoxia (falta de oxigenação do cérebro) durante o parto. A partir daí começou uma procissão de neurologistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e tudo o que requer uma criança com graves problemas neurológicos.
Aos 7 anos, após uma longa temporada no Instituto de Reabilitação do Sesi, matriculamos Natalie em uma escola especial particular, caríssima. Nos três anos em que ela estudou lá, meu marido e eu não notamos nenhuma evolução, e sabíamos que Natalie podia render muito mais. Afinal, era uma menina comunicativa, expansiva e alegre. Mas a escola não a estimulava em nada: só fazia brincadeiras com cubos, massinhas, joguinhos, igual a uma pré-escola. Enquanto isso, começamos a alfabetizá-la em casa, utilizando um jogo chamado Top Letras. Depois desses anos inúteis e caros, resolvemos procurar outra alternativa. E ela apareceu em uma escola pública, a Escola Especial Rodrigues Alves, conveniada com a AACD. Natalie desabrochou: aprendeu a ler ultra-rápido e a fazer contas. Aos 14 anos, ela foi para uma escola (também conveniada com a AACD) mais perto de casa: era a E. E. Prof. Victor Oliva, que possui 353 alunos, sendo 40 portadores das mais diversas deficiências físicas e mentais. Ali Natalie ficou quatro anos, concluiu a 4a série e fez amigos para a vida toda — professores e alunos.
Nada disso seria possível sem o envolvimento de toda nossa família. Natalie adora sair com a irmã e os amigos, vai ao cinema, ao shopping e às festas. Ela é muito querida por todos. E ninguém tem peninha dela não: já ficou até de castigo por fazer coisa errada, porque achamos que ela é uma de nós. Hoje Natalie está fazendo a 5a série à distância no Instituto Universal Brasileiro, usa computador e quer ser jornalista."
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